sexta-feira, 25 de maio de 2012

Novas greves podem acontecer nos próximos meses


25/05/2012 10:20

Novas greves podem acontecer nos próximos meses

Diversas categorias vão apresentar reivindicações salariais no período que antecede eleições de outubroIVO PATARRA
ivo.patarra@diariosp.com.br
Nesses pouco mais de quatro meses para as eleições, diversas categorias trabalhistas vão fazer campanhas salariais e, possivelmente, jogar duro com os patrões.
“A boa conjuntura econômica e o baixo índice de desemprego encorajam os trabalhadores a reivindicar”, afirmou Quintino Severo, secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores, ligada ao PT).
Segundo ele, o ano eleitoral ajuda porque, para evitar a politização das campanhas, os empresários procuram encerrar logo as negociações, o que favorece os funcionários.
Severo nega que as greves tenham objetivo político. “Interessa saber se o movimento pode ser vitorioso, não que possa influenciar nas eleições.”
Irene Batista, presidente do Sindicato dos Funcionários Municipais de São Paulo, ligado à CUT, admite que o ano eleitoral aguça a disposição pela paralisação. “Queremos um reajuste decente”, disse ela, que não afasta a hipótese de uma assembleia em julho decidir deflagrar greve na Prefeitura. “Já estamos mobilizados.”
Durante a greve dos metroviários que paralisou São Paulo nesta quinta-feira, o governador Geraldo Alckmin acusou que “a população está sendo cruelmente punida por um grupelho radical”, dando a entender que os funcionários do Metrô agiam com interesse eleitoral.
O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Júnior, que é filiado ao partido de esquerda PSTU, negou nesta quinta o caráter eleitoral do movimento. “A população entendeu que buscávamos uma reivindicação salarial”, afirmou ele.
Para o presidente em exercício da Força Sindical, Miguel Torres, a greve dos metroviários ocorreu por falta de diálogo. “Os dois lados poderiam ter evitado a situação traumática se tivessem conversado mais”, opinou o sindicalista.
Professores/ Além dos bancários que cruzaram os braços em 2010, 2011 e provavelmente o farão novamente em 2012, os 235 mil professores de São Paulo não afastam a chance de paralisar as aulas no segundo semestre, caso o governo estadual não conceda reajuste de 10,2% sem contar a gratificação de 5% dada no ano passado.
Segundo a cientista política Maria do Socorro Braga, é prática corriqueira a greve de trabalhadores do setor público em ano eleitoral. “É o jeito de pressionar os setores políticos para conseguir as reivindicações.”
Severo, da CUT, reclamou da exigência da Justiça na greve dos metroviários. “Determinou que a atividade não podia ser paralisada e impôs multas, impedindo a greve, mas não exigiu nada do setor público.”
Para Torres, da Força Sindical, “o trabalhador, hoje, tem espaço para recuperar perdas e avançar em seus direitos. Não cabe mais exploração política pelas direções dos sindicatos.”
Cheiro de paralisação
Confira quais as próximas categorias a discutir reposição salarial
JUNHO
Artefatos de borracha
Eletricitários, da AES Eletropaulo e CPFL  
Comunicações, da Atento 
Turismo
JULHO
Costureiras, de Osasco
Rurais, do setor da laranja
AGOSTO
Correios
SETEMBRO
Comércio de minérios e derivados de petróleo
Petrobras
Bancários 
Metalúrgicos, do ABCD
Comunicações, da Telefonica
OUTUBRO
Marceneiros, das serrarias
Papel e papelão

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